Deserto de notícias (do inglês, news desert) é um termo cunhado em 2016 pela professora e pesquisadora de jornalismo estadunidense, Penelope Abernathy, para designar as cidades dos Estados Unidos que não têm cobertura jornalística, isto é, que não têm nenhum veículo de imprensa e que, portanto, carecem desse serviço fundamental para as democracias.
Esse termo é, dessa maneira, um indicador estatístico, uma métrica. Nos EUA, o website usnewsdeserts.com é quem apresenta as atualizações de dados de todas as cidades daquele país sobre este indicador.
Já no Brasil, ele é contabilizado todos os anos, desde 2017, por meio do projeto Atlas da Notícia desenvolvido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) em parceria com a agência de dados Volt Data Lab.
Deserto de notícias no Brasil: alguns dados
Em 2025, o Atlas da Notícia aponta que 2.504 municípios brasileiros são desertos de notícias. Isso corresponde a 45% das cidades do país. Todavia, são regiões com população mediana de 5.908 habitantes. Em outras palavras, são cidades de pequeno porte, com mercado de publicidade insuficiente para sustentar uma rádio, jornal, canal de televisão, website de notícias ou outro tipo de mídia.

Vale mencionar que, por conta das cidades serem pequenas, o deserto de notícias brasileiro atinge cerca de 20,5 milhões de 212 milhões de cidadãos. Sendo assim, apenas 9,7% dos habitantes daqui vivem em lugares onde as novidades, isto é, as notícias locais podem até existir, mas não são publicadas.
O número de habitantes em desertos de notícias no Brasil já foi maior. Em 2018, 51% dos municípios tupiniquins, que na época abrigavam 30 milhões de pessoas, viviam nessa condição. A evolução das tecnologias digitais, que facilitam a criação de veículos de comunicação social, parece ser o fator de maior influência na atenuação do problema.



