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Jornalismo na periferia: 10 sites que atendem comunidades locais

Jornalismo na periferia é uma prática de comunicação social que tem como objetivo a produção de notícias, reportagens e outras narrativas jornalísticas de dentro para dentro e também para fora das comunidades locais, transpondo dessa maneira a cobertura da mídia tradicional que é feita de fora para dentro e, não raras vezes, com um viés de cima para baixo.

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Uma comunidade local, por sua vez, é uma região geográfica com vínculos culturais, sociais, econômicos e históricos compartilhados, podendo ser uma vila, bairro, distrito, território indígena, comunidade quilombola, zona ribeirinha, comunidade pesqueira, território de ocupação urbana ou favela urbana, entre outras. Além do enquadramento geográfico, o contexto sociológico, econômico, histórico ou político, às vezes todos eles, podem determinar se uma comunidade local é ou não periférica em relação aos centros urbanos, políticos e midiáticos.

Cena de jornalismo na periferia em um dia ensolarado. Uma repórter negra da comunidade entrevista uma mulher trans negra em uma rua estreita de bairro popular, cercada por casas simples e moradores diversos — incluindo pessoas pardas, imigrantes e LGBTQIA+.
A presença do jornalismo na periferia ao redor do mundo amplifica as vozes das comunidades locais. Imagem meramente ilustrativa: @copilot

Neste contexto, o jornalismo na periferia possibilita que comunicadores locais produzam conteúdo informativo, opinativo e reflexivo sobre a realidades das pessoas que vivem nesses lugares. Eles cobrem temas negligenciados como cultura, moradia, transporte, infraestrutura, lazer, lutas por direitos, entre outros. Com isso, dão voz aos moradores e, assim, oferecem uma perspectiva diferente daquela da grande imprensa, uma visão mais completa da vida, ampliando o debate público e fornecendo parâmetros para a melhoria da qualidade de vida. Conheça a seguir, 10 veículos de comunicação periféricos em vários países do mundo que fazem esse trabalho.

10 sites de jornalismo na periferia

Periféricos, independentes e reveladores, esses veículos de comunicação presentes em países como o Brasil, França e Colômbia, entre outros, atuam diariamente para dar voz às pessoas que estão afastadas dos grandes centros e que, por isso, não são ouvidas ou são silenciadas. Confira na tabela.

Agência MuralBrasil. Cobre as periferias norte, sul, leste e oeste da cidade de São Paulo e sua Região Metropolitana. Tem como missão ser a voz das comunidades que habitam nessas regiões e combater estereótipos.
Khabar LahariyaÍndia. Veículo de comunicação em idiomas regionais feito por mulheres de castas desfavorecidas da Índia. Elas reportam histórias rurais, lutas sociais, violência e outros temas.
El TecoloteEstados Unidos. Com 55 anos de existência, este veículo de comunicação cobre assuntos da comunidade latina em dois idiomas, o espanhol e o inglês, em São Francisco, Califórnia.
El TurbiónColômbia. Organização tecno-ativista que desenvolve pesquisas jornalísticas sobre conflitos trabalhistas e socioambientais, bem como direitos humanos, na cidade de Bogotá.
Bondy BlogFrança. Jornalismo voltado para dar voz aos trabalhadores que vivem em subúrbios, bairros populares e conjuntos habitacionais. Visa apresentar o cotidiano de quem não é ouvido.
GroundUpÁfrica do Sul. Agência de notícias que publica matérias sobre direitos humanos, moradia, educação, saúde, segurança, justiça, alimentação e dignidade, dando voz às pessoas mais vulneráveis.
We Are Not Numbers (WANN)Gaza. Embora seja uma iniciativa do Euro-Mediterranean Human Rights Monitor, o Wann está registrado em Gaza. Tem hoje mais de 1.670 histórias escritas por jovens de Gaza e Palestina.
Pie de PáginaMéxico. Portal jornalístico independente que aborda temas relacionados aos direitos humanos, explicando ao leitores como as decisões dos grupos de poder afetam seu cotidiano.
APTN NewsCanadá. Cobre histórias indígenas e comunidades das Primeiras Nações, Inuit e Métis, historicamente sub-representadas na mídia tradicional canadense.
Project MultatuliIndonésia. Pratica jornalismo com foco no impacto ao invés de cliques. Trabalha com conteúdos aprofundados, com dados, cobrindo movimentos sociais, comunidades e realidades periféricas.

Estes e outros websites de jornalismo na periferia ao redor do mundo amplificam vozes das comunidades locais. Eles valorizam a cultura e os saberes regionais. Denunciam injustiças, fortalecem a identidade comunitária e promovem inclusão social.

Além disso, eles rompem estereótipos da grande imprensa, geram informação acessível, contribuem com o debate público, conectam territórios invisibilizados, formam novos comunicadores e mobilizam ações coletivas, entre outras ações.

Marinaldo Gomes Pedrosa

Marinaldo Gomes Pedrosa

Marinaldo Gomes Pedrosa é bacharel em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela UniSant'Anna. É registrado como Jornalista pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego sob o MTB número 0074698/SP desde 27 de setembro de 2013. Ele também é editor na Magpe Books.

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