Fazer reportagem custa caro. E o Instituto Conhecimento Liberta (ICL), uma editora e livraria de propriedade do economista, escritor, empresário e apresentador brasileiro Eduardo Álvares Moreira (1976), que o diga. A empresa precisou abrir os cofres para produzir o documentário “Vai pra Argentina, c4r4j0!” (2025), que será lançado oficialmente nesta quinta-feira, 9 de outubro, às 20 horas, na web. A exibição será gratuita e com alcance internacional.
O documentário, que contou com a direção da atriz Juliana Baroni (1978) e do jornalista Fabián Restivo (1961), com apresentação de Eduardo Moreira, denuncia os impactos sociais e econômicos do governo de Javier Milei (1970), na Argentina. A reportagem também aponta manipulação midiática sobre a real situação do país dos hermanos, e questiona: “Seria ele [Javier Milei] o messias econômico ou apenas mais uma cobaia neoliberal da extrema direita?”.
Em um vídeo no Youtube no qual diz que sofre censura das big techs, Eduardo Moreira revela o preço da produção. “A gente gastou uma fortuna para fazer. Pelo menos para os nossos padrões. A gente gastou quase R$1 milhão para produzir um negócio de primeiríssima linha. Um documentário para todo mundo ver”, diz.

De acordo com o economista e apresentador, o ICL investiu na videorreportagem para mostrar para as pessoas que a grande mídia espalha fake news quando propaga a história de que está tudo uma maravilha, que a Argentina do Milei é um exemplo, e que ele [o presidente] está controlando as contas.
“A gente gastou uma fortuna para fazer. Pelo menos para os nossos padrões. A gente gastou quase R$1 milhão para produzir um negócio de primeiríssima linha. Um documentário para todo mundo ver.” – Eduardo Moreira, sócio administrador do ICL, sobre o valor de produção do documentário “Vai pra Argentina, c4r4j0!”
Na mesma linha de “Vai pra Argentina, c4r4j0!”, o ICL já havia investido no documentário “Vai pra Cuba, Eduardo!” (2024), igualmente com a direção de Juliana Baroni, que tinha o propósito de mostrar como é viver em Cuba. Este filme, por sua vez, ganhou o prêmio de melhor documentário do ano do Brasil na mostra competitiva do Los Angeles Brasil Film Festival (LABRFF).
Como assistir o documentário “Vai pra Argentina, c4r4j0!” de graça?
Para assistir ao documentário “Vai pra Argentina, c4r4j0!” gratuitamente é necessário, antes, fazer um cadastro na página de lançamento do filme. É só inserir e, depois, confirmar o seu e-mail para receber o link de acesso no momento da estreia.

Reportagem custa caro
Em qualquer lugar do mundo, fazer reportagem custa caro. Durante o processo de produção, os jornalistas podem gastar com pesquisa e apuração jornalística, equipamentos de gravação e filmagem, deslocamentos e viagens, hospedagem e alimentação em campo.
Além disso, também é necessário pagar honorários de todos os profissionais envolvidos no processo, tais como editores de vídeo, de áudio, redatores, marketeiros, técnicos e especialistas em suporte, entre outras coisas. Licenças, autorizações legais também podem ter um custo.
O ICL, porém, não é a única empresa disposta a investir alto em reportagens. Para você ter uma ideia, o Tampa Bay Times pagou cerca de US $ 500 mil na produção de Poisoned (Envenenado) publicada em 2021, na internet, que revelou como centenas de trabalhadores da fábrica Gopher Resource, na Flórida, Estados Unidos, foram expostos a níveis perigosos de chumbo.
A matéria escrita, nesse caso, dividida em três partes, detalha os danos à saúde, falhas nos equipamentos de proteção e a contaminação levada para casa, que dessa forma afetou até crianças. Essa reportagem rendeu ao Tampa Bay Times o Prêmio Pulitzer de jornalismo investigativo em 2022.
Fica, então, esse aprendizado. Não é barato fazer boas reportagens. Para produzi-las é necessário criar um projeto, reunir uma equipe, encontrar formas de patrocínio, executar a obra e, depois, divulgá-la. Custa caro e dá trabalho, mas nós jornalistas adoramos fazer isso, além de ser um trabalho muito necessário.



